Jacob aka Israel habituou no Egipto, lá se multiplicou imensamente. E viveu até aos 147 anos.
Very old man © Patricia Anne MandelQuando estava a sentir-se muito velhinho, Israel chamou o filho José e disse-lhe:
– Jura que me levas a morrer e a enterrar na terra dos meus pais, na sepultura deles.
– Juro. - Disse José.
– Está mal jurado. Só vale se puseres a tua mão debaixo da minha coxa. - Explicou Israel.
– Porquê?
– Porque sempre assim foi.
– Ah... mas nunca tiveste curiosidade de saber porquê? Já o teu avô Abraão o pediu ao escravo-mor. Acho estranho. - Admitiu José. – A mão debaixo da coxa parece-me...
– Parece-me é que não queres jurar! - Indignou-se Israel.
– A mão debaixo da coxa parece coisa de anedota de mau gosto. - Insistiu José. – Faço-o porque mo pedes e porque agora é tarde demais para mudar a bíblia. Mas se fosse eu a mandar inventava algo muito mais giro. A mão no ombro, por exemplo. Punha-me de joelhos e punha-te a mão no ombro. Era muito mais solene para um juramento.
– Era muito mais mainstream. E não estamos aqui para inventar, mas para cumprir a santa narrativa. Agora põe lá a mão debaixo da minha coxa para acabarmos com isto, que já me cheira ao almoço e começo a ficar impaciente. - Ordenou Israel, erguendo a coxa.
E José jurou como Israel queria. E Israel inclinou-se sobre a cabeceira da cama e dormitou um bocadinho, até que o cheiro do cozido se intensificou e o chamaram para almoçar.
– Jura que me levas a morrer e a enterrar na terra dos meus pais, na sepultura deles.
– Juro. - Disse José.
– Está mal jurado. Só vale se puseres a tua mão debaixo da minha coxa. - Explicou Israel.
– Porquê?
– Porque sempre assim foi.
– Ah... mas nunca tiveste curiosidade de saber porquê? Já o teu avô Abraão o pediu ao escravo-mor. Acho estranho. - Admitiu José. – A mão debaixo da coxa parece-me...
– Parece-me é que não queres jurar! - Indignou-se Israel.
– A mão debaixo da coxa parece coisa de anedota de mau gosto. - Insistiu José. – Faço-o porque mo pedes e porque agora é tarde demais para mudar a bíblia. Mas se fosse eu a mandar inventava algo muito mais giro. A mão no ombro, por exemplo. Punha-me de joelhos e punha-te a mão no ombro. Era muito mais solene para um juramento.
– Era muito mais mainstream. E não estamos aqui para inventar, mas para cumprir a santa narrativa. Agora põe lá a mão debaixo da minha coxa para acabarmos com isto, que já me cheira ao almoço e começo a ficar impaciente. - Ordenou Israel, erguendo a coxa.
E José jurou como Israel queria. E Israel inclinou-se sobre a cabeceira da cama e dormitou um bocadinho, até que o cheiro do cozido se intensificou e o chamaram para almoçar.
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