quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Génesis 43 - Fomeca e persuasão

A irredutibilidade da decisão de Jacob de não deixar ir Benjamim ao Egipto acabou-se quando se acabou a comida. Então Jacob, aliás Israel [desde alguns capítulos para cá que o narrador divino se voltou a esquecer da mudança de nome], mandou logo os filhos irem comprar mais, e quando estes o lembraram de que não podiam regressar ao Egipto sem Benjamim, Jacob disse:
– Seja. – E deu-lhes presentes para o governador do Egipto, dinheiro para mantimentos e o dinheiro que voltara na boca dos sacos (para o caso de ter sido erro).
E Benjamim partiu para o Egipto com os irmãos. Quando lá chegaram, José libertou Simão e convidou-os para um banquete. Perguntou pelo pai e, piscando o olho a Benjamin, perguntou aos irmãos:
– Então este é que é o vosso irmão mais novo?
E quando lho confirmaram José foi chorar para a casa-de-banho, tão alto que se ouvia o roncar na sala do banquete, e quando se controlou voltou à presença de todos, mas de óculos escuros, para que não se notasse que chorara.
– Seja servido pão, separado para hebreus, para egípcios e para mim. – Ordenou José, enquanto limpava o ranho da manga da túnica com a outra manga. – Na das cores não se notava tanto. – Pensou.
E fizeram como José ordenou. E a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que as dos outros e Benjamim teve dificuldade em comer tudo, sobretudo porque a sua porção de bebida era igual à dos outros.

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